segunda-feira, 29 de novembro de 2010

HOMOFOBIA EM PLENO SÉCULO 21


Homossexuais de Comunidades Ocupadas Acusam PMs de Agressão
POR MAHOMED SAIGG, RIO DE JANEIRO

Rio - Perseguidos por sua orientação sexual, nem mesmo os gays, lésbicas e travestis que moram nas favelas ocupadas pela Polícia Militar no Rio de Janeiro estão livres da homofobia. Assim como acontece nas comunidades dominadas pelo tráfico e pela milícia, o preconceito ainda impera nessas regiões. Em todas, eles são obrigados a seguir uma espécie de ‘manual do bom comportamento’, que determina o que podem e o que não podem fazer. Entre as restrições: usar roupas curtas e decotadas, namorar em público e exagerar no consumo de álcool e no uso de maquiagem e acessórios, como brincos e pulseiras. Manter um comportamento discreto também faz parte das exigências.

Cerceados, muitos homossexuais se desesperam. “Não aguento mais tanta repressão. Não consigo mais ser eu mesmo! Antes da ocupação, também tínhamos problemas, mas agora a situação piorou muito, porque com a polícia não tem conversa, estamos sempre errados”, reclama o cabeleireiro Vando Silva, 20 anos. Morador do Morro Santa Marta, em Botafogo, ele garante já ter sido agredido por policiais. “Eles me bateram porque disseram que ‘veado’ tinha que morrer”, denuncia.

Assim como Vando, a travesti Kelly Sanches, 23, também reclama do comportamento dos policiais que ocupam o Santa Marta. “Eles são tão preconceituosos quanto os traficantes. A diferença é que são mais abusados. Aproveitam a ‘autoridade’ que têm para abusar da gente. Principalmente durante as revistas, onde aproveitam para passar a mão na bunda e no peito da gente”, acusa Kelly.

Douglas Ribeiro, 18, é outro gay que garante ter sido espancado por PMs na favela. “Eu ia para uma festa e vi uma briga na descida do morro. Quando os policiais chegaram, os caras já tinham fugido. Aí os policiais vieram pra cima de mim dizendo que a culpa era minha. Eles usaram até cassetete. E, enquanto me batiam, diziam que aquilo era para eu aprender a virar homem”, detalhou Douglas.

Popular entre os moradores do Dona Marta, a comerciante Grazielle Santos, 22, é outra que engrossa a lista de reclamações contra os PMs da Unidade Pacificadora da comunidade. Lésbica, ela diz que o fato de já ter tido várias namoradas irrita alguns PMs que, por ‘ciúmes’, acabam a agredindo por isso.

“Eles ficam me ameaçando dizendo que vão acabar comigo, que eu nunca vou ter o que eles têm, e que não entendem como posso conseguir tantas garotas. Agem como se estivessem com inveja de mim porque saio com meninas em que talvez estejam interessados. Eu me sinto mal com tudo isso. Afinal, eles estão no comando por aqui, e podem fazer o que bem quiserem, né!”, lamenta Grazielle.
RIO SEM HOMOFOBIA

Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, o ativista Cláudio Nascimento lembra que a homofobia está presente em toda a sociedade. Mas admite que, nas favelas, ela é mais violenta do que no asfalto. “Dentro da comunidade LGBT, esse grupo é a ponta de lança dos setores mais excluídos. Além de serem homossexuais, ainda vivem numa situação de exclusão econômica e social, o que os coloca num caldeirão de opressão”.

Na tentativa de acabar com a discriminação e o preconceito no estado, o governo criou uma câmara técnica para elaborar o Programa Rio Sem Homofobia. Reunindo 12 secretarias, ele prevê a criação do ‘Disque Cidadania LGBT’, de Centros Regionais de Referência LGBT, Núcleos de Monitoramento Técnicos de Crimes Homofóbicos e SOS Saúde LGBT, entre outras ações. A previsão é que todas sejam implantadas até 2014.

Associação do Morro Promete Investigar
Presidente da Associação de Moradores do Morro Santa Marta, José Mario Hilário condenou a homofobia na comunidade. “Isso não pode acontecer aqui. Não podemos aceitar que exista preconceito no nosso morro. Temos que garantir a liberdade de gênero”, declarou ele, que prometeu se reunir com os homossexuais da favela para discutir o problema e ouvir queixas.

Comandante da Companhia de Policiamento Comunitário do Morro Santa Marta, a capitã Pricila de Oliveira ficou surpresa com as denúncias de abuso e preconceito contra os policiais. “Nunca recebemos reclamações de abusos ou atitudes homofóbicas cometidas pelos policiais. Todos foram orientados a respeitar os moradores da comunidade”, afirma a oficial. “A opção sexual não aumenta as suspeitas contra nenhum cidadão”, completa a capitã Pricila.

Julgamento Severo a Quem Desrespeita

A punição para quem não segue as rígidas regras impostas por traficantes ou milicianos é pesada. Em alguns casos, fatal. Vítima dessa violência, a transgênera Carla, 39 anos, pagou alto preço por desrespeitar as normas impostas por traficantes do Morro do Dendê, na Ilha do Governador.

Vaidosa, ela conta que sempre gostou de se maquiar e usar roupas curtas e decotadas. “Mas esse meu jeito irritou os traficantes, que mandaram me dar uma surra. Usaram até pedaços de pau. Quebraram meus braços. Só não me mataram porque um taxista ameaçou chamar a polícia”, conta Carla, que traz no corpo as marcas da agressão.

Moradora de uma comunidade controlada pela milícia, na Zona Oeste do Rio, a jovem Denise, 18, que é lésbica, também escapou da morte por pouco. Depois de ter sido ‘descoberta’, ela passou a ser perseguida pelos milicianos. “Esse pesadelo só acabou depois que eu fugi da favela. Mas antes me bateram muito e tentaram estuprar minha namorada”, lembra Denise.

Antiga reivindicação dos militantes LGBT, o projeto de lei que criminaliza a homofobia no Brasil foi aprovado na Câmara dos Deputados, em Brasília, em novembro de 2006. Encaminhado para o Senado Federal, o texto passou pela Comissão de Direitos Humanos, de onde foi encaminhado para a Comissão de Assuntos Sociais em fevereiro de 2007. Apesar do tempo, ele continua parado, sendo analisado pelos senadores.
AMANHÃ: homofobia aumenta a evasão nas escolas do Rio

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2009/9/pacificacao_ainda_nao_pos_fim_a_homofobia_33601.html

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

EM FOCO



Pílula de Uso Diário Reduz em 72,8% Contaminação Pelo Vírus da Aids

Um comprimido diário, que combina dois medicamentos antirretrovirais, reduziu em 43,8% as infecções por HIV em homens que fazem sexo com homens. O índice de proteção chegou a 72,8% entre aqueles que tomaram o remédio em 90% dos dias. Os resultados fazem parte da pesquisa Iniciativa Profilaxia Pré-Exposição (iPrEx), que acompanhou 2.499 voluntários em 6 países - 350 deles no Brasil.

Esse é o primeiro trabalho que demonstra a eficácia de um medicamento oral de uso diário para evitar a infecção pelo vírus da aids. "É um divisor de águas no combate à epidemia de HIV", afirmou o infectologista Mauro Schechter, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coautor do artigo publicado pelo New England Journal of Medicine.

Os cientistas acompanharam os pacientes por três anos em centros dos Estados Unidos, da África do Sul, da Tailândia, do Equador e do Peru, além do Brasil. No período, 100 pacientes contraíram o HIV - 64 dos infectados faziam parte do grupo de 1.248 pessoas que receberam placebo; 36 estavam entre os 1.251 que tomaram o comprimido Truvada, do laboratório Gilead Sciences, que combina o tenofovir e a emtricitabina, esta ainda sem registro no Brasil.

Dez voluntários foram excluídos porque contraíram o vírus no período entre a entrevista para ingressar no estudo e a primeira dose do medicamento. Houve registro de efeitos colaterais, como desconforto gástrico e náuseas, mas em pequena escala.

"A pesquisa mostra que, se a pessoa toma o remédio, funciona. Não temos como saber se a pessoa tomou o comprimido diariamente; levamos em conta o que o voluntário relata. Mas os exames de sangue feitos em um grupo de pacientes mostraram que, entre aqueles que tinham o medicamento no organismo, a redução da infecção foi de 92%", afirma Mauro Schechter.

Os voluntários receberam o que é considerado o melhor pacote de prevenção - aconselhamento, preservativos, acompanhamento psicológico e tratamento para doenças sexualmente transmissíveis, além do medicamento. "A gente sabe que o medicamento foi eficaz porque, apesar de toda a informação, nem todos usaram o preservativo, ou a infecção por HIV teria sido zero. Além disso, eles foram testados para sífilis, gonorreia e hepatite B e alguns contraíram DSTs", afirma o infectologista Esper Kallás, da USP, também coautor da pesquisa.

Prevenção. O auxiliar de enfermagem Fábio Paulo Santana, de 37 anos, foi um dos voluntários. "A mensagem mais importante que recebemos é que um método não exclui o outro. A prevenção tem de ser do remédio com o preservativo. É mais uma ferramenta", afirmou Santana, que fez o acompanhamento na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), terceiro grupo brasileiro que atuou na pesquisa.

Santana disse que fez questão de contar para a família, amigos e colegas de trabalho que era voluntário da pesquisa. "Tomava todos os dias pela manhã, com a minha avó. Ela tomava o anti-hipertensivo e eu, o remédio da pesquisa", contou. Ele ficou frustrado por não saber se fez parte do grupo que tomou o remédio ou do que recebeu o placebo. O dado só será divulgado em março de 2011.

Tanto Kallás quanto Schechter reconhecem que é difícil garantir a adesão do paciente ao tratamento. "As pessoas deixam de tomar o remédio por esquecimento, por distração. Esse é o grande obstáculo desse tipo de intervenção. Esse trabalho comprova que pode haver prevenção do HIV por medicamento, mas outros estudos são necessários: combinação de outras drogas, esquemas intermitentes, com mulheres, com usuários de drogas", afirmou Kallás.

O diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, comemorou o resultado do trabalho, mas ressaltou que é preciso cautela. "Houve eficácia no ensaio clínico, com acompanhamento adequado. Por outro lado, precisamos discutir se o caminho é medicalizar a prevenção, quando o método mais eficaz é o preservativo", afirmou.

Ele lembrou ainda que o medicamento combinado é muito caro - o tratamento para um paciente nos EUA custa US$ 12 mil por ano. E afirma que o Brasil já tem a lamivudina, com efeito equivalente à emtricitabina e custo mais baixo. O laboratório fez o requerimento de registro da emtricitabina no País, mas o processo ainda está em análise.
O iPrEx reuniu 900 pesquisadores em 11 centros de estudos, sob a coordenação da Universidade da Califórnia, em São Francisco. A pesquisa recebeu financiamento do governo americano e da Fundação Bill e Melinda Gates. O laboratório Gilead Sciences doou os medicamentos.

REAÇÕES
Michel Sidibe - Presidente da Unaids "É um avanço que acelerará a revolução da prevenção."
Phill Wilson - Instituto Black Aids "É uma forma de proteção que não necessita da permissão do outro parceiro, e isso é importante."
Kevin Fenton - Divisão de aids do CDC "Os resultados são encorajadores, mas ainda não é hora de os homossexuais jogarem fora seus preservativos."
Chris Collins - Fund. Pesquisa em Aids "Se o paciente adere ao tratamento, ele funciona realmente muito bem."

CRONOLOGIA

Março de 1987
O FDA, órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos, aprova a primeira droga para combater o HIV: o AZT. O medicamento impede a reprodução do vírus nas células humanas, mas causa efeitos adversos como a anemia.
1997
Surge a terapia antirretroviral altamente ativa (Haart, na sigla em inglês), que reúne vários remédios. A adoção de mais de uma droga em um coquetel de medicamentos diminui o surgimento de vírus resistentes. Uma vacina contra a aids diminuiu o risco de infecção. Cientistas combinaram duas vacinas que haviam fracassado antes. Mas, em fevereiro deste ano, os pesquisadores disseram que a proteção dura apenas 12 meses.
Julho de 2010
Um gel de aplicação vaginal foi eficaz contra o vírus da aids. Segundo o estudo sul-africano, mulheres que usaram o produto, que leva 1% do antirretroviral tenofovir, tiveram uma redução de 54% na incidência de infecção.

Fonte: O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

EM FOCO


ATENÇÃO: As notícias do clipping são atualizadas em tempo real. Para acompanhar a inclusão de textos ao longo do dia, basta acessar o site www.linearclipping.com.br/dst DO MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL



O Clipping de Notícias do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais é uma seleção de reportagens, entrevistas, artigos, cartas e demais conteúdos disponíveis em jornais e sites sobre assuntos ligados à temática das DST, aids e sexualidade. Os textos são a reprodução do que é divulgado na imprensa internacional e nacional e não representam necessariamente a opinião do Departamento, que divulga todos os conteúdos de forma transparente e isenta. A sinopse é o resumo dos textos considerados novos ou relevantes para o público interessado nos temas deste clipping. Boa leitura.



Destaques desta edição:



22.11.10



UNAIDS ELOGIA POSICIONAMENTO DO PAPA SOBRE CAMISINHA E VATICANO RELATIVIZA DECLARAÇÕES

O assunto do dia na imprensa nacional e internacional é a repercussão das declarações do Papa Bento XVI de que a camisinha é aceita em certos casos. O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas sobre HIV e Aids, Michel Sidibe, comemorou o novo posicionamento. "A declaração reconhece que um comportamento sexual responsável e o uso de preservativos têm papel importante na prevenção do HIV", disse. O Vaticano assegurou que as declarações de Bento XVI não são "uma mudança revolucionária" na doutrina da Igreja, e sim uma "visão compreensiva" para conduzir a humanidade "rumo ao exercício responsável da sexualidade".
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL
www.linearclipping.com.br/dst

EM FOCO


Robôs do sexo começam a se espalhar pelo mundo

Sex, 19 Nov - 17h48

Recomendar!


Quem vai querer uma?
Por Daniel Pavani
A indústria sexual também gosta de tecnologia e uma prova disso são os robôs do sexo que estão começando a cair no gosto de pessoas por todo o mundo.
Em janeiro de 2010, o site Crunch Gear contou sobre o inventor americano, Douglas Hines, que apresentou a Roxxxy, uma robô capaz de fazer sexo e até mesmo simular um orgasmo (!). Uma rápida busca no YouTube resulta em diversos vídeos sobre a robô, mas neste link há uma entrevista com o inventor da Roxxxy que vale a pena conferir.
Agora, parece que a moda pegou e outro americano, Scott Maclean, desenvolveu seus próprios robôs - a Suzie Software e o Harry Harddrive - segundo conta o jornal The Sun . Scott afirma que recebeu inúmeras propostas de compra de pessoas no Reino Unido e mais países da Europa e Ásia. Ele ainda conta que muitos pedem para que ele faça robôs parecidos com celebridades, como Angelina Jolie, Pamela Anderson e Michael Jackson. O inventor, porém, afirma que não pode fazer isso sem o consentimento dos artistas.
Os robôs de Scott possuem um preços previsto de cerca de R$ 5mil. Porém, ao contrário da Roxxxy, eles não falam. Neste aspecto, a robô de Hines pode ser considerada mais completa. Além de simular o orgasmo, ela fala, reage ao toque e possui 5 modos de operação, inclusive um selvagem.
A Roxxxy está a venda no site Truecompanion.com (apenas para maiores de 18 anos), pelo valor de U$ 1499 (cerca de R$ 2500), com envio para o Brasil. O interessante mesmo é imaginar este item tão peculiar chegando em casa pelo correio – ou passando pela alfândega.

FONTE:SITE YAHOO